Microsoft pressiona fabricantes parceiras a lançarem laptops com Windows 11 rodando exclusivamente em SSDs, a partir de 2023
A Microsoft está convencida do que boa parte dos usuários defende há anos: SSD é o Caminho, a Verdade e a Vida. Uma vez que você migra o SO do seu PC para uma unidade de estado sólido, você nunca mais usará um HD para boot de sistema.
O problema é que nem todas as OEMs parceiras pensam assim, e continuam colocando no mercado notebooks equipados com HDs, o que pode não durar muito tempo mais: a Microsoft estaria pressionando fabricantes que embarcam o Windows 11 em seus produtos, a usarem exclusivamente SSDs a partir de 2023.
Detalhe do interior de um disco rígido (Crédito: noelsch/Pixabay)
A informação veio de um relatório recente da empresa de análise e de recuperação de dados Trendfocus, no que a Microsoft não estaria satisfeita com o ritmo lento das OEMs em abandonar o HS em prol do SSD para boot, seja em unidades eMMC embutidas (em ultrabooks e outros modelos compactos), em modelos SATA tradicionais, ou os NVMe M.2, mais rápidos e modernos (e caros, claro).
Embora hajam alguns laptops de ponta que hoje só suportam M.2, boa parte dos fabricantes ainda preferem despachar modelos mais baratos de notebooks, voltados para consumidores de entrada, com discos rígidos como unidade de inicialização do sistema.
O motivo é simples: HDs são mais baratos, e permitem usar a marmotagem do "maior espaço disponível" do que o de um concorrente equipado com SSD, como se isso fosse uma vantagem relevante, que acaba colando em alguns casos.
A questão é sempre o custo. Embora os valores hoje estejam bem mais civilizados do que anos atrás, o preço médio do gigabyte em um SSD continua sendo, em média, pouco mais que o dobro que o mesmo espaço de armazenamento em um HD, e os "contadores de feijões" das OEMs usam tal dado como justificativa para continuar enviando laptops com discos rígidos às lojas, ignorando os benefícios das unidades de estado sólido. Tudo para fazer alguns trocados a mais.
No entanto, a Microsoft estaria farta das desculpas de seus parceiros comerciais, que há anos pedem por extensões de prazo para o uso continuado de HDs em suas configurações. A companhia estaria disposta a forçar goela abaixo a adoção de uma estratégia que vise a melhor experiência de uso possível para o Windows 11.
A mais recente versão do sistema operacional possui dois recursos, Windows Subsystem for Android (WSA) e DirectStorage, este presente também no Windows 10, que exigem a instalação do Windows 11 em SSDs para funcionarem. De modo a não permitir que usuários tenham uma experiência capada do SO por mesquinharia dos fabricantes, a gigante de Redmond estaria apertando as OEMs a se adequarem.
SSD e entrada SATA de notebook (Crédito: JIPEN/Shutterstock)
Segundo o relatório da Trendfocus, as companhias fabricantes de laptops compatíveis têm até 2023 para adotarem a instalação do Windows 11 em seus produtos usando apenas SSDs como unidade de boot, independente do modelo usado, se embutida ou removível, SATA ou M.2. As empresas estariam reclamando do prazo curto e teriam pedido uma extensão do mesmo, mas a Microsoft não estaria propensa a ceder.
Vale lembrar que o movimento visa forçar a adoção do SSD por parceiras, e nada teria a ver com tornar o Windows 11 compatível apenas com SSDs. Dessa forma, quem optar por montar um desktop, ou usa um HD em uma configuração antiga que já roda o Windows 11, poderá continuar a fazê-lo, desde que haja o mínimo de 64 GB disponíveis para a instalação inicial, mais um espaço adicional para acomodar as atualizações do SO.
O argumento dos fabricantes é de que forçar a adoção do SSD para vender laptops com Windows 11 tornará os produtos de entrada, mais baratos e com configurações simples, "inviáveis", no que o custo de produção não compensaria o valor de venda a ser praticado, que não espantasse os consumidores. A nota diz que estes trocariam as unidades por equivalentes de preço similar, por exemplo, um HD SATA de 1 TB por um SSD de mesmo modelo, mas com apenas 256 GB de espaço interno. Menos que isso, e o Windows seria inutilizado.
Eu consigo ver dois cenários, caso a Microsoft não ceda e mantenha o cronograma. Em um deles, o menos viável, as OEMs deixariam de vender laptops de entrada, passando a se concentrar em modelos mais caros e lucrativos, alienando toda uma categoria de consumidores, o que não é interessante do ponto de vista de negócios.
No outro, que provavelmente é o que vai acontecer, esses modelos mais baratos de notebooks continuarão a ser equipados com HDs, mas chegarão às lojas rodando... Linux. E sem alteração no preço final.
Fonte: Tom's Hardware/tecnoblog
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