Especialistas alertam para os riscos de usar o aplicativo de edição FaceApp, que viralizou nos últimos dias com o filtro de “mudança de gênero”. Segundo as críticas, o app não informa o que faz com os dados fornecidos pelos usuários — que podem estar alimentando bancos de reconhecimento facial indevidamente.
Desenvolvido pela empresa russa Wireless Lab, o editor tem uma política de privacidade padronizada e que não oferece “efetivamente nenhuma proteção”, como explica o comentarista de tecnologia Stilgherrian ao ABC News.
Na política de privacidade, a companhia diz que utiliza "ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e as tendências de uso do serviço. Estas ferramentas reúnem informação enviada pelo seu dispositivo ou pelo nosso serviço, incluindo as páginas web que visita, add-ons, e outra informação que nos ajude a melhorar o serviço.”
FaceApp/Reprodução
Eis a questão. De acordo com o advogado Michael Bradley, para ser vítima de futuros usos de reconhecimento facial, basta ter uma foto em uma plataforma online com seu nome e outros dados de identificação.
Portanto, qualquer um que tenha uma conta pessoal no Facebook ou no Instagram, por exemplo, já é um possível alvo. Assim, o advogado diz que o FaceApp "não acrescenta muito mais perigo", mas pondera que o consentimento para uso desses dados seria um passo adicional.
Já o presidente da ONG Australian Privacy Foundation, David Vaile, é mais direto. "Resposta curta: não use", disse ele ao ABC News. Segundo o presidente, a licença é tão flexível que os desenvolvedores podem alegar que você deu permissão para que eles enviem os dados para onde e quem eles quiserem.
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