Motorola perdeu espaço nos últimos anos após um longo período de domínio no Brasil com a popularidade no Moto G
Quando a Motorola anunciou o Moto G em 2013, a empresa pegou o mercado de surpresa. O celular era barato e não se parecia com nada que o mundo tinha visto até então em sua faixa de preço, principalmente pela tela grande (para o padrão da época), enquanto o padrão daquele período eram dispositivos como Galaxy Y. Não é à toa que a empresa tomou completamente o mercado de smartphones brasileiro por anos. Todo mundo tinha um Moto G.
Ao longo dos anos, a Motorola surfou nessa reputação construída com o primeiro Moto G, e a linha se tornou sinônimo de “bom e barato”, ainda que muitas vezes o aparelho não fosse tão barato assim. O Brasil acabou se transformando em um dos principais mercados globais para a companhia, ao ponto que vários dos lançamentos da empresa passaram a acontecer aqui antes de irem para o exterior, e o presidente global da marca é Sérgio Buniac, um brasileiro.
No entanto, as coisas começaram a mudar nos últimos anos, e passou a se tornar cada vez mais óbvio que o Moto G já não é exatamente a escolha segura de celular “bom e barato”. A concorrência alcançou e, em muitos aspectos, superou a Motorola.
Primeiro, é importante ver como a Samsung, que foi a mais surpreendida com a ascensão do Moto G, aprendeu a fazer celulares básicos e intermediários. A linha Galaxy J, introduzida em 2015, começou a engolir o domínio da Motorola pelas beiradas. Logo, começou a ficar evidente a polarização do mercado brasileiro: a cada mês, o site de comparação de preços Zoom publicava seu levantamento de celulares mais buscados, composto basicamente por variantes do Moto G e do Galaxy J. O topo da lista se alternava entre as duas companhias praticamente todo mês.
Só que de lá para cá, houve uma mudança no mercado brasileiro de celulares chamada Xiaomi. Mesmo sem qualquer representação oficial, apenas com importadores independentes e boca a boca, os aparelhos da chinesa começaram a cavar seu espaço entre o público brasileiro. A companhia viu nisso uma nova oportunidade de arriscar uma entrada no Brasil, feita em conjunto com a brasileira DL Eletrônicos, e aparentemente a parceria tem sido positiva.
O resultado é bem fácil de ser observado. No ano passado, em setembro de 2018, o Zoom publicou a lista dos celulares mais buscados do mês anterior. Na ocasião, a Samsung já havia começado a dominar o ranking, com 8 dos celulares mais procurados do top 10, mas o segundo e o terceiro lugar ainda pertenciam ao Moto G6 (Plus e Play, respectivamente), deixando claro que ainda que a concorrência tivesse alcançado, a Motorola ainda tinha uma posição bastante nobre no mercado.
Top 10 celulares mais buscados em agosto de 2018
Posição
Modelo
1. Samsung Galaxy J7 Pro
2. Motorola Moto G6 Plus
3. Motorola Moto G6 Play
4. Samsung Galaxy J5 Pro
5. Samsung Galaxy S8
6. Samsung Galaxy J2 Prime
7. Samsung Galaxy S9
8. Samsung Galaxy S9 Plus
9. Samsung Galaxy J5 Prime
10. Samsung Galaxy J7 Prime 2
Avançando um ano para o futuro, chegamos a esta segunda-feira (16), com um novo levantamento do Zoom, e fica bem evidente o impacto da Xiaomi no mercado brasileiro. Dois aparelhos da chinesa já são parte do Top 10, com um deles, inclusive, ocupando o topo da lista. Enquanto isso, a Motorola, que há exatamente um ano atrás, ocupava a segunda e terceira colocação do ranking, hoje ocupa apenas a sétima e a nona, refletindo uma queda no interesse pelos produtos da empresa.
Top 10 celulares mais buscados em agosto de 2019
Posição
Modelo
1. Xiaomi Redmi Note 7
2. Samsung Galaxy A10
3. Samsung Galaxy A30
4. Samsung Galaxy A20
5. Samsung Galaxy A50
6. Samsung Galaxy A70
7. Motorola Moto G7 Play
8. Xiaomi Redmi 7
9. Motorola One Vision
10. Samsung Galaxy M30
O que a tabela mostra é uma nova corrida por preço. A Xiaomi conseguiu seu espaço no mercado brasileiro com uma mistura de baixo custo e qualidade, assim como a Motorola fez no início da década. No entanto, a tabela também mostra que a corrida por preço mais baixo é traiçoeira, já que tende a não criar fidelidade do consumidor. Se preço é seu maior diferencial e alguém oferece algo mais barato, seu consumidor irá mudar de time.
Fonte: Olhar digital
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